Lembro-me
das minhas primeiras aulas de Ciências Sociais, ainda no começo de 2009, onde
um dos professores disse algumas vezes ao encerrar a aula, que estava ali para
deixar mais dúvidas que certezas, mais perguntas que respostas. É disso que se
trata esse texto.
Isso
vai de encontro ao que uma parte dos estudantes de ciências filosóficas pensa
ao começar o curso. Tendemos a querer resolver algum problema. No meu caso, eu
queria resolver um problema sociológico. Acho que ainda quero.
Durante
o curso tive a oportunidade de cursar disciplinas que tempos depois saíram da
grade. Mas dentre elas, uma ao menos foi imprescindível para que eu conseguisse
distinguir meus desejos pessoais do alcance da ciência, em nível de graduação.
Uma
delas, Etinecologia, como o próprio nome sugere, talvez tenha sido a mais interdisciplinar,
a que mais me fez ver a Sociologia por outro viés. A discussão sempre teve a
maior abrangência possível, referências diretas a temas tratados pelas ciências
exatas. Alguns temas me perturbaram e ainda perturbam.
(...)
Quando
conclui o curso fiquei um pouco frustrado com o meio acadêmico. Fico o tempo
todo pensando que devo não ter muita aptidão científica ou acadêmica. Tentei
fazer um trabalho totalmente autoral e inédito e não consegui. Precisei recomeçar
o texto, mudando o tema e retomando leituras anteriores.
É
possível que muitas outras coisas tenham contribuído para o meu desestimulo
acadêmico se assim posso denominar. O fato de que meus colegas de classe
terminaram e se afastaram me foi citado por um professor na época em que eu
tentava com muito esforço escrever meu trabalho de conclusão de curso.